segunda-feira, 15 de junho de 2009

domingo, 14 de junho de 2009

A Descoberta das Américas


Em 13 de junho, sábado, às 20 horas, meus alunos começaram a assistir ao monólogo teatral A Descoberta das Américas, representado pelo vencedor de melhor ator do prêmio Shell de 2005, Julio Adrião.























Por mais que escrevamos, a palavra é incapaz de revelar a grandeza de Johan Padan, personagem a quem Julio Adrião dá vida. À margem do poder, da história oficial, Johan narra sua própria história no século 16.





















Fiz questão de os alunos assistirem para eles perceberem o contraste entre o eu-narrador Johan Padan e o texto Auto de São Lourenço, de José de Anchieta. Enquanto aquele provoca o riso, este impõe a verdade austera. O marginal fanfarrão e o sisudo sacerdote da Igreja.

A semana em que o personagem Johan nos seduziu durante uma hora e meia foi a mesma semana de Corpus Christi (católica) e da marcha para Jesus (protestante). Prefiro o marginal Johan narrando sua própria história, porque, como escreveu Nietzsche, "desde que há homens, o homem tem-se divertido muito pouco: é esse, meus irmãos, o único pecado original. E quando aprendemos melhor a divertir-nos, esquecemo-nos melhor de fazer mal aos outros e de inventar dores", no caso, dores religiosas, cristãs.

Obrigado, Julio, por ter aberto nossos olhos com o teu inesquecível brilho (leoesdecirco.com.br).

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Para o dia 22 de junho














Em 22 de junho, os alunos escreverão um desenvolvimento 1 depois de alguns terem entregado uma introdução referente ao Enem de 2000, um dos mais difíceis.

Para começar, esse desenvolvimento terá três linhas, e o aluno, nessas três linhas, dará ao leitor a imagem de uma palavra-gancho da introdução. Em sala, foi dado esse exemplo por alunos do terceiro ano.

Abaixo, a fusão, elaborada por mim, de duas introduções de dois alunos.

O Brasil passa, há muito tempo, por um problema que atinge a classe social mais baixa: a marginalização de crianças. Segundo a Constituição brasileira, elas possuem o direito à convivência familiar. Entretanto, a rua, "lar" que não crê em Papai Noel ou em coelhinho da Páscoa, compara a mãe à fantasia - ela não existe.

Os alunos escreveram de forma clara, organizada, por isso houve pouquíssima intervenção minha nos textos deles.

Pois bem, depois dessa introdução, as três primeiras linhas do desenvolvimento 1, com imagem, visualização, conteúdo concreto, dia 22 de junho, um tempo.

Depois, no segundo tempo, ainda no dia 22 de junho, mais três linhas do desenvolvimento 1.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Ir ao teatro

O governo do Estado, por meio de sua política cultural, ofereceu a nós organização para que alunos de uma escola pública pudessem ir ao teatro. Espero que aqueles que administram o dinheiro público proporcionem mais teatro nesta cidade, porque aqui há muitas igrejas, e elas me cansam com seus ruídos.

No vídeo, alunos em um ônibus da Usina de Arte João Donato. Que bagunça sadia.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Que venha a Redação do Enem!


Amados alunos, amanhã, na escola Heloísa Mourão Marques, começaremos a estudar juntos texto dissertativo. Ex-alunos pediram que eu lecionasse produção textual para o Exame Nacional de Ensino Médio, o Enem, porque muitos, por causa da semestralidade escolar, não estão estudando Redação no primeiro semestre.

Pirmeiro, falarei do ato de escrever, no caso, de argumentar, de convencer o outro. Mais: de seduzir o leitor. Para tanto, apresentarei a teus olhos um belo texto de Arnaldo Jabor - O amor deixa a desejar.

Por meio de Jabor, perceberemos o elemento surpresa e as retomadas argumentativas. Para começar, será isso.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Teatro & Teatro & Teatro & Teatro






















Diretor do grupo Ventoforte, Ilo Krugli
Foto de Debora Mangrich

Amados alunos, convido teus inocentes olhos a irem a um espaço charmoso, a Usina de Arte João Donato. Deixem tuas pupilas serem abertas pela inquietude do tetaro. No dia 24 de maio, domingo, estaremos lá para alegrar a sensibilidade.

Que se abram as cortinas... de teus olhos!!!

Neste dia, negaremos a TV para que nossos olhos se abram para as cenas sedutoras do palco. Será muito bom. Agora, leia esta matéria da repórter Nattércia Damasceno.

Festival Teatro Ventoforte é realizado no Acre

De hoje a 31 de maio, a Usina de Arte João Donato e o teatro Plácido de Castro serão palco do Festival Teatro Ventoforte. Serão seis apresentações que envolvem teatro, dança e música. Os espetáculos são destinados ao público adulto e infantil, com entradas a R$ 5 (inteira) e R$ 2,5 (meia).

Logo mais à noite acontecerá o lançamento do livro Mistério no Fundo do Pote ou Como Nasceu a Fome na Usina de Arte e, em seguida, o espetáculo com o mesmo nome. A direção é do artista e criador do grupo, Ilo Krugli.

Há 35 anos na estrada, o grupo paulista Ventoforte traz em suas apresentações uma mistura de artes plásticas, música e poesia, utilizando elementos simples, como jornais e materiais usados. A formação conta com mais de 20 artistas, que se revesam entre as representações. Krugli e alguns integrantes estiveram no Acre no ano passado pelo Projeto Palco Giratório, mas é a primeira vez que eles realizam esta quantidade de espetáculos no Estado.

O Ventoforte surgiu em 1974, ainda sem nome definido. Após seu primeiro espetáculo, História de Lenços e Ventos, os artistas receberam uma crítica no Jornal do Brasil, assinada pela escritora Ana Maria Machado, intitulada “Ventos fortes no teatro para crianças no Rio”. Foi daí a inspiração.

Além dos espetáculos, está sendo oferecida a oficina Integração de Linguagens Individuais e Coletivas – uma vivência de teatro e artes plásticas, ministrada por Krugli. O curso aconteceu nos dias 12 e 13, mas se repete nos dias 19, 20 e 27.

Para o artista Cláudio Cabrera, que acompanha o grupo há 18 anos e já confeccionou cerca de 500 bonecos para as peças, o Ventoforte é marcado pela forte textualidade e atrai vários públicos. “Os textos são poéticos, com caráter simbólico e fazem os adultos reconhecerem sua infância”, explica.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Alunos, atenção!


Para a próxima terça-feira, dia 19, vocês deverão apresentar um resumo por escrito do ato 3 de Auto de São Lourenço, de José de Anchieta. Estrofe por estrofe.

Amanhã, além da poesia de Cecília Meireles, darei a seus olhos uma poesia de Olavo Bilac, A Alvorada do Amor. Nessa poesia, encontrar, se houver, traços do pensamento romântico, além de justificar por meio do texto de Bilac a linguagem do eu-lírico como inquietadora.

Na quinta, dia 14, a concorrência gramatical entre meninos (A x B) e meninas (A x B).

sexta-feira, 8 de maio de 2009

O Enem e a Ufac


Matéria de Freud Antunes

O Conselho Universitário da Universidade Federal do Acre (Ufac) decidirá na próxima semana se o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) substituirá ou não o tradicional vestibular.

De acordo com a assessoria de imprensa da instituição de ensino, estão previstas duas reuniões, sendo uma na segunda-feira e a outra na terça-feira.

Um membro do colegiado adiantou à equipe de reportagem do jornal A TRIBUNA que foram realizados outros encontros para tratar do assunto, mas ainda o clima é de indecisão.

O suspense também chegou à Comissão Permanente de Vestibular (Copeve), que espera o posicionamento do Conselho Universitário para começar os trabalhos para o próximo vestibular.

Nos corredores da Ufac, a maior parte dos professores é contra a implantação do Enem como método de seleção, uma argumentação que tomou corpo depois da divulgação dos resultados das provas realizadas no ano passado, mostrando que as escolas públicas acrianas ficaram abaixo da média nacional.

Em entrevistas anteriores, a reitora Olinda Batista disse ser contra a mudança ainda para este ano. Ela também defendeu uma discussão ampla com a sociedade organizada para saber a opinião da comunidade.

Enquanto não há decisão, o Ministério da Educação (MEC) decidiu prorrogar o prazo de adesão das universidades ao Enem para até o final do mês. O prazo deveria expirar no dia 13.

O novo Enem, como seleção de alunos para as universidades federais, prevê a concorrência com os candidatos de outros Estados. Nesse método, cada estudante poderá utilizar a sua pontuação para tentar uma vaga em cinco instituições diferentes e em cinco cursos diferentes.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Canção, de Cecília Meireles


Fala-se tanto em leitura na escola, mas a Literatura sempre foi renegada a segundo plano. Neste segundo bimestre, a Literatura será só texto poético. O primeiro, ele: Canção, de Cecília.

Ir além do que lê. Imaginar. Inferir. Perceber as relações internas e renomear as palavras conforme o texto poético.



















Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.

Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre dos meus dedos
cobre as areias desertas.

O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho dentro de um navio...

Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.

Depois, tudo estará perfeito:
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas
.

sábado, 11 de abril de 2009

Fazer em sala e em casa


Os alunos não souberam fazer o que pedi, que foi uma compreensão das estrofes da página 21 que estão no livro "Auto de São Lourenço", de José de Anchieta. Percebo que meus alunos não entendem o básico sobre essa peça de teatro.

Vocês escreveram que São Sebastião colocou fogo nos cristãos, o que não é verdadeiro. As canoas em que a divindade ateou fogo foram as dos tamoios, aliados dos franceses, inimigos dos portugueses e de São Sebastião.

Abaixo, deixo para teus olhos minha humilde compreensão sobre as estrofes.

Na página 21, primeira estrofe, Aimbirê fala da guerra da Guanabara. Na história, os tamoios, aliados dos franceses, perderam para os portugueses por intervenção divina de São Sebastião. Os versos referem-se, portanto, a esse período, 9 de julho de 1566 quando a divindade cristã ateia fogo nas canoas (nelas) dos tamoios, espantando-os. “Não ficou ninguém no lugar da batalha.”

Na segunda estrofe, na fala de Guaixará, os cristãos não amam as leis de Deus, por isso pede a Aimbirê para atentar os temiminós a fim de que deixem seu criador. Guaixará diz que irá primeiro, mas Aimbirê se opõe, afirmando que “nosso espião” irá primeiro para visitar o interior de todas as ocas. O espião, Sarauaia.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Livro didático e Alfredo Bosi


Na quarta-feira, dia 15 de abril, os grupos apresentarão oralmente o entendimento sobre um texto do livro didático (páginas 85 e 86). Além disso, a compreensão das páginas 65, 66 e 67 do livro "Dialética da Colonização", de Alfredo Bosi.

Essas tarefas, alunos, possibilitarão ponto extra.

"Auto de São Lourenço"


Amado aluno, às terças-feiras, sempre lemos a peça de teatro "Auto de São Lourenço", de José de Anchieta. Além da compreensão, tenho marcado os pronomes obliquos, as vírgulas e o vocabulário. Dicionário, por exemplo, tem sido muito consultado por nós.


No dia 14 de abril, não lerei, porque os grupos (três alunos) apresentarão o entendimento por escrito da peça de teatro de José de Anchieta, da página 21 à pagina 35 (turma B) e da página 31 à pagina 45.


Não se trata de tarefa fácil, por isso só ficarão vivos os melhores, os mais esforçados.

Modelos de Introdução


Querido aluno, por falta absoluta de tempo, não tenho atualizado este blogue. Hoje, coloco alguns modelos de introdução, sabendo que na prova de redação pedirei que um modelo seja escrito por você.

Preste atenção nos modelos "ponto de vista oposto" e "surpreendente". Agora, leia-as.

Modelos de introdução -
Dos livros Como escrever textos, de Maria Teresa Serafini, editora Globo;
Dissertação, de Ana Helena Cizotto Belline, da editora Ática; e Roteiro de redação, editora Scipione.

Introdução 1 – Declaração genérica (evite essa introdução, ela não especifica)

O tráfego nas grandes cidades modernas é um dos muitos problemas que incomodam as pessoas obrigadas a andar nas cidades.

Introdução 2 – Declaração depois de uma comparação específica
(repare que, diferente da introdução 1, esta é especificada)

Enquanto em Paris os ônibus andam numa velocidade inferior à das carroças do início do século, em Kinshasa, no Zaire, na Avenue Bokassa, no centro da capital, a velocidade dos veículos não supera os dez quilômetros por hora no horário de pico. A rápida transformação da vida em nossa época provocou em toda parte um fenômeno de enormes proporções: o tráfego.

Introdução 3 – Declaração surpreendente (posso pedir esta na prova)

Jamais houve cinema silencioso. A projeção de fitas mudas era acompanhada por música de piano ou de pequena orquestra. No Japão e em outras partes do mundo, popularizou-se a figura do narrador ou do comentador de imagens, que explicava história ao público. Muitos filmes, desde os primórdios do cinema, comportavam música e ruídos especialmente compostos.

Introdução 4 – Ponto de vista oposto (posso pedir também esta)

Sempre dizemos que a moda exerce na nossa época uma espécie de ditadura sobre o gosto pessoal. Essa ideia, tão difundida e aceita, parece não resistir sequer ao teste da observação casual. Por todo lado, o que se vê, pelo contrário, é um convite à liberdade na gama intensa de cores, feitios e padrões a indumentária atual.

Introdução 5 – Exposição de ponto de vista oposto

O ministro da Educação se esforça para convencer de que o provão é fundamental para a melhoria da qualidade do ensino superior. Para isso, vem ocupando generosos espaços na mídia e fazendo milionária campanha publicitária, ensinando como gastar mal o dinheiro que deveria ser investido na educação

Introdução 6 – Citação

“O escravo brasileiro, literalmente falando, só tem de seu uma coisa: a morte.” Essa pungente acusação partia de Joaquim Nabuco, o grande teórico do movimento abolicionista brasileiro, e revela uma das características que o pensamento antiescravista vai apresentar quando começar a se fortalecer: a nota de comiseração pelo escravo.

Introdução 7 – Citação de forma indireta

Para Marx, a religião é o ópio do povo. Raymond Aron deu o troco: o marxismo é ópio dos intelectuais. Mas nos Estados Unidos, o ópio do povo é mesmo ir às compras. Como as modas americanas são contagiosas, é bom ver de que se trata.

Introdução 8 – Alusão

Após a queda do Muro de Berlim, acabaram-se os antagonismos leste-oeste e o mundo parece ter aberto de vez as portas para a globalização. As fronteiras foram derrubadas e a economia entrou em rota acelerada de competição.

Introdução 9 – Alusão a um romance, a um conto, a um poema, a um filme

Quem assistiu ao filme A Rainha Margot, com a deslumbrante Isabelle Adjani, ainda deve ter os fatos vivos na memória. Na madrugada de 24 de agosto de 1572, as tropas do rei de França, sob ordens de Catarina de Médicis, a rainha-mãe e verdadeira governante, desencadearam uma das mais tenebrosas carnificinas da história.

Introdução 10 – Comparação 1

Se pode-se dizer que o futebol é a telenovela do homem, a telenovela é o futebol da mulher brasileira. Trata-se de dois gêneros rotineiros de entretenimento de massa, tão rotineiro quanto a vida diária de cada um de nós – mas dos quais sempre se esperam os grandes lances de emoção.

Introdução 11 – Comparação 2

O futebol assemelha-se à telenovela. Esta, direcionada ao sexo feminino, seduz por causa de sua insignificância. Aquele, próprio da masculinidade, atrai devido à sua superficialidade. Na cultura de massa, a sedução e o superficial completam-se.

Introdução 12 – Oposição 1

De um lado, professores mal pagos, desestimulados, esquecidos pelo governo. De outro, gastos com excessivos com computadores, antenas parabólicas, aparelhos de videocassete. É esse o paradoxo que vive hoje a educação no Brasil.

Introdução 13 – Pergunta 1

Os homens do século 19 propuseram nos termos da época as questões que, apesar de toda a posterior concentração dos esforços na realidade própria dos textos, continuavam a intrigar os críticos: como funciona a mente de um escritor? Quais os fatores imponderáveis que o levam a escrever isto e não aquilo, deste ou daquele modo?

Introdução 14 – Pergunta 2

Será que é com novos impostos que a saúde melhorará no Brasil? Os contribuintes já estão cansados de tirar dinheiro do bolso para tapar um buraco que parece não ter fim. A cada ano, somos levados por novos impostos para alimentar um sistema que só parece piorar.

sábado, 14 de março de 2009

Dois e Dois são Quatro


























Como dois e dois são quatro
Sei que a vida vale a pena
Embora o pão seja caro
E a liberdade pequena

Como teus olhos são claros
E a tua pele, morena
como é azul o oceano
E a lagoa, serena


Como um tempo de alegria
Por trás do terror me acena
E a noite carrega o dia
No seu colo de açucena

- sei que dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena
mesmo que o pão seja caro
e a liberdade pequena.

(Ferreira Gullar)

sexta-feira, 13 de março de 2009

Está ou estar?

É comum alunos apresentarem a dúvida. Fácil tirá-la. Repare.

“O Santos vem atuando com três zagueiros e um homem na frente. É possível que o Santos jogue desta maneira contra o Rio Branco, por isso precisamos está atentos”.

Substitua o verbo estar por outro verbo: "precisamos morrer atentos"; "precisamos viver atentos"; "precisamos correr atentos". Nós não escrevemos "precisamos morre atentos". Com essas comparações, escrevemos "precisamos estar atentos".

sexta-feira, 6 de março de 2009

Subordinadas Adjetivas

Uma aula sobre vírgula. Se o aluno pedir com antecedência, aulas poderiam ser filmadas e, em um sítio da escola, elas poderiam ser acessadas por meio de senha.

Nesse dia, 5 de março, na aula de gramática, havia estes dois períodos:

1. Os cariocas, que adoram o mar,
sempre estão sempre de bem com a vida.

2. Os cariocas que adoram o mar
estão sempre de bem com a vida.

Com vírgulas, um sentido; sem elas, outro sentido. Antes disso, saber separar a oração principal da oração subordinada. Teve aluno que recebeu ponto extra.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Elas são de escola púlica. Há mais

Desde que cheguei à escola Heloísa Mourão Marques, sempre falei para que essa escola pública saísse do descaso em que se encontrava. Nada mais do que minha obrigação. Durantes seis anos, alguns professores elevaram a voz contra o sucateamento moral dessa escola que empilhava a desordem, a arbitrariedade, a preguiça, o descaso, a empáfia, a indiferença, o privilégio para uns e de alguns.

Muitos me viam com olhos antipáticos. O tempo, entretanto, não dilapida o que é sincero. Com outros colegas, professores dedicados à causa de educar, servidores comprometidos com o serviço público, NÓS transformamos a escola Heloísa Mourão Marques, colocando em sua direção a professora-gestora Osmarina.

Falta ainda. Sempre falta. O melhor, nós desejamos cada vez mais. O início foi fecundado, e os frutos brotarão mais e mais. Um desses frutos chama-se Cigliane Feitoa dos Santos, de 21 anos.

Com 150 pontos, a ex-aluna da escola estadual Heloisa Mourão Marques, Cigliane Feitosa dos Santos, 21, obteve o primeiro lugar geral na Ufac para o curso de Direito. A jovem que concluiu todo o ensino básico na rede estadual comenta que, mesmo ainda existindo falhas, o ensino público tem avançado muito no Acre e que sua aprovação deve servir de estímulo e de motivação para outros jovens.

Na escola Heloísa, precisamos, primeiro, para o próximo ano, saber com exatidão o número de alunos que passarão para a Ufac e, em um segundo momento, propagar o nome desses alunos. Devemos saber criar nossa própria divulgação.

A Secretaria de Educação do Estado, por meio de Josenir Calixto, pessoa que dirige o ensino médio, precisa expor a escola pública por meio de propagandas intensas e muito bem elaboradas. Essas alunas de que passaram para medicina e direito deveriam aparecer na televisão, em propagandas do Estado.

terça-feira, 3 de março de 2009

Ler o "Auto de São Lourenço"


Às terças-feiras, eu e meus alunos leem uma peça teatral de José Anchieta. Na escola HMM, o governo da Frente Popular construiu um ótimo espaço, um teatro. Silêncio, conforto das poltronas e três ares-condicionados proporcionam um ambiente agradabilíssimo para a leitura.

Lemos cinco estrofes. Além da interpretação, marcações gramaticais (vírgula e pronome obliquo) e vocabulário. Os alunos da turma A, maioria, levaram o texto para ser lido. Na turma B, uma minoria.

Em um país onde a média é um leitor para cada dois livros por ano, meus alunos, em seis meses, lerão pelo menos um em uma escola pública.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Gincana do Conhecimento 1


Em suas redações, apareceu muito o verbo auxilar com gerúndio. Transforme esses dois termos em um só verbo. Entregue as sete questões conluídas na quinta-feira, dia 5 de março.

1. A região amazônica está sofrendo em relação ao meio ambiente;
2. por que muitas pessoas estão desmatando, fazendo queimadas;
3. No entanto, a região amazônica está sendo prejudicada pelos próprios moradores;
4. Para as pessoas que fazem queimadas;
5. Pois a região amazônica está precisando de uma ajuda urgente;
6. A Amazônia vem sofrendo danos com a ação do homem; e
7. A Amazônia está gritando por socorro.

O aluno que conluir primeiro a tarefa e acertar as sete questões receberá 1 ponto extra em
N-1.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Refazer texto e refazer texto


Conversando com alguns alunos do segundo do ensino médio, eles me disseram que nunca no ensino fundamental re-escreveram suas redações em sala. Indiquei programas da TV Cultura para que seus ouvidos fiquem atentos a um bom texto oral, além de três LIVROS.

Disse-lhes para que evitem os verbos SER, ESTAR e TER na introdução, porque, além de comuns, essa facilidade verbal impede que busquem outros verbos para que ampliem o vocabulário.

Além da aula de hoje, mais duas para reconstruir a introdução. Que faltar...

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Gramática


Hoje, massifiquei o uso de vírgula em mais de cem questões. Aula monótona, centrada em compreender o uso correto da vírgula em frases-oracionas soltas e em textos. Foi cansativo.

Na segunda, reconstruirão suas introduções. Será outro cansaço.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Verbo e Gerúndio


Queridos alunos, em quatro redações, encontrei verbo + gerúndio. Não chega a ser um erro, mas, por ser muito comum e nem sempre bem usado, vocês substutirão essa forma por um único verbo. Faremos isso na aula de gramática (quinta-feira) ou de produção textual (segunda-feira).

1. A região amazônica está sofrendo em relação ao meio ambiente,
2. por que muitas pessoas estão desmatando, fazendo queimadas.
3. No entanto, a região amazônica está sendo prejudicada pelos próprios moradores.
4. Para as pessoas que fazem queimadas.
5. Pois a região amazônica está precisando de uma ajuda urgente.
6. A Amazônia vem sofrendo danos com a ação do homem.
7. A Amazônia está gritando por socorro.

Serão 10 questões.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Indústria Cultural


Querido aluno, dei a teus olhos textos de alguns autores consagrados que pensam sobre cultura de massa. Pedi para ir ao dicionário e para perceber a relação entre as ideias principais. Em sala, poucos perguntaram, tiraram a dúvida; mas, mesmo assim, repeti várias vezes a explicação.

Alunos tiveram a dificuldade de encontrar a ideia principal em uma simples e curta estrutura sintática, não encontrando o verbo que dá informação ao sujeito. Algo inaceitável quando esses alunos encontram-se no segundo ano do ensino médio.

Fora isso, é preciso nomear a cultura de massa para, em um segundo momento, perceber o eu-lírico ou a voz poética como oposição a essa cultura.

Estude e um grande abraço em seu destino.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Cultura de Massa & Voz Poética


Hoje, inicio um trabalho para meus alunos, qual seja: colocar conteúdos de Literatura e de Língua Portuguesa em uma espaço virtual. Nem sempre poderei atualizar este blog todo dia, mas, dentro do possível, deixarei aqui conteúdos que foram colocados em sala.

Na quarta-feira, eles começarão a ler trechos de autores para, depois, perceberem a relação entre eles. O conteúdo, cultura de massa. Depois, voz poética.

Queridos alunos, leiam com muita atenção e retirem de cada parte uma ideia principal. Em outro momento, façam relações entre as partes. Boa leitura!

Cultura de Massa e Voz Poética

1.1 Cultura de massa, indústria cultural ou terceira cultura

1.1.1 Edgar Morin - “Cultura de massas no século XX – volume 1: neurose

a. “No começo do século XX, o poder industrial estendeu-se por todo o globo terrestre. A colonização da África, a dominação da Ásia chegam a seu apogeu. Eis que começa nas feiras de amostras e máquinas de níqueis a segunda industrialização: a que se processa nas imagens e nos sonhos. A segunda colonização (....) penetra na grande reserva que é a alma humana;

b. A segunda industrialização, que passa a ser a industrialização do espírito, e a segunda colonização que passa a dizer respeito à alma progridem no decorrer do século XX;

c. Cultura constitui um corpo complexo de normas, símbolos, mitos e imagens que penetram o indivíduo em sua intimidade, estruturam os instintos, orientam as emoções; e

d. Qualidade à quantidade, criação à produção, espiritualidade ao materialismo, estética à mercadoria, elegância à grosseria, saber à ignorância.”

1.1.2 Theodor W. Adorno e Max Horkheimer – “A dialética do esclarecimento

a. “Desde o começo do filme já se sabe como ele termina, quem é recompensado, e, ao escutar a música ligeira, o ouvido treinado é perfeitamente capaz, desde os primeiros compassos, de adivinhar o desenvolvimento do tema e sente feliz quando ele tem lugar como previsto”;

1.1.3 Theodor W. Adorno – “O fetichismo na música

a. “Se perguntarmos a alguém se ‘gosta’ de uma música de sucesso lançada no mercado, não conseguiremos furtar-nos à suspeita de que o gostar e o não gostar já não correspondem a estado real, ainda que a pessoa interrogada se exprima em termos de gostar e de não gostar. Ao invés do valor da própria coisa, o critério de julgamento é o fato de a canção de sucesso ser reconhecida de todos; (...) O comportamento valorativo tornou-se uma ficção para quem se vê cercado de mercadorias musicais padronizadas. Tal indivíduo já não consegue subtrair-se ao jugo da opinião pública, nem tampouco pode decidir com liberdade quanto ao que lhe é apresentado, uma vez que tudo o que se lhe oferece é tão semelhante ou idêntico (...); e

b. Ao invés de entreter, parece que tal música contribui ainda mais para o emudecimento dos homens, para a morte da linguagem como expressão, para a incapacidade de comunicação. A música de entretenimento preenche os vazios do silêncio que se instalam entre as pessoas deformadas pelo medo, pelo cansaço e pela docilidade de escravos sem exigências.”

1.1.4 Maurice Blanchot – “De espaço literário

a. “A Linguagem Cotidiana. Uma palavra que não denomina nada, que não representa nada, que em nada sobrevive, uma palavra que nem mesmo é uma palavra e que desaparece maravilhosamente, por inteiro e de imediato, em seu uso;

b. Ela é usada, usual, útil; por ela, estamos no mundo, somos devolvidos à vida do mundo, aí falam os objetivos, as metas finais e impõe-se a preocupação de sua realização. Um puro nada, certamente, o próprio não-ser, mas em ação, o que age, trabalha, constrói o puro silêncio do negativo que culmina na ruidosa febre das tarefas;

c. Linguagem Ordinária que nos dá a ilusão, a segurança do imediato, o qual, contudo, nada é senão o rotineiro;

d. A fala em estado bruto “relaciona-se com a realidade das coisas”. “Narrar, ensinar, até descrever”, dá-nos as coisas na própria presença delas, “representa-as”. A fala essencial distancia-as, fá-las desaparecer; ela é sempre alusiva, sugestiva, evocativa. Mas o que significará então tornar ausente “um fato da natureza”, apreendê-lo por essa ausência, transpô-lo em seu quase desaparecimento vibratório?” Significa essencialmente falar, mas também pensar;

e. Na fala bruta ou imediata, a linguagem cala-se como linguagem, mas nela os seres falam e, em consequência do uso que é o seu destino, porque serve, em primeiro lugar, para nos relacionarmos com os objetos, porque é uma ferramenta num mundo de ferramentas onde o que fala é a utilidade, o valor de uso, nela os seres falam como valores, assumem a aparência estável de objetos existentes um por um e que se atribuem a certeza do imutável;

f. Sob essa perspectiva, reencontramos a poesia como um potente universo de palavras cujas relações, a composição, os poderes, afirmam-se, pelo som, pela figura, pela mobilidade rítmica, num espaço unificado e soberanamente autônomo.”

1.1.4 Theodor W. Adorno – “Lírica e sociedade

a. “O conteúdo de um poema não é mera expressão de emoções e experiências individuais. Pelo contrário, estas só se tornam artísticas quando, exatamente em virtude da especificação de seu tomar-forma estética, adquirem participação no universal;

b. Sua sensibilidade faz questão de que continue sendo assim, de que a expressão lírica, desvencilhada do peso da objetividade, conjure a imagem de uma vida que seja livre da coerção da prática dominante, da utilidade, da pressão da autoconservação obtusa; e

c. A idiossincrasia do espírito lírico contra a prepotência das coisas é uma forma de reação à coisificação do mundo, à dominação de mercadorias sobre homens que se difundiu desde o começo da idade moderna e que desde a revolução industrial se desdobrou em poder dominante da vida."

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